sábado, dezembro 29, 2007
quinta-feira, dezembro 27, 2007
As Charolas
Em complemento do que digo abaixo aqui ficam os registos sonoros tirados das filmagens feitas por APC durante um ensaio geral das charolas Velha Guarda do sítio de Bordeira em 2006
Charola entrada by adão contreiras
A música da entrada
Charola canto by adão contreiras
O canto
Charola vivas by adão contreiras
As vivas
Charola saída by adão contreiras
A Saída
A música charoleira é composta por quatro partes: entrada, canto, vivas e saída; cada uma delas corresponde a um aspecto da charola. A "entrada" ou "marcha" era usada durante o caminho e à chegada das casas, o "canto" é desenvolvido pelo chamado "iniciador" e é feito de improviso acompanhado de uma música própria, as "vivas" são quadras ou sextilhas ditas por qualquer pessoa presente, sátiras ou encómios dirigidos uns aos outros, a " saída" como o nome diz simboliza a despedida.
Charola entrada by adão contreiras
A música da entrada
Charola canto by adão contreiras
O canto
Charola vivas by adão contreiras
As vivas
Charola saída by adão contreiras
A Saída
quarta-feira, dezembro 26, 2007
Anos 80
As Janeiras ou Charolas



100x70
Aqui no Sitio dos Gorjões os grupos charoleiros saíam durante toda a noite no dia de Ano Novo e dia de Reis para irem cantar às portas das casas onde moças casadoiras habitavam; uma "mesa posta" com filhós e outras iguarias da época servia de retempero ao desgaste do canto; cantar quadras de louvor e agradecimento dedicadas aos da casa e por vezes ao desafio com outros grupos, quando estes se encontravam à mesma porta, era habitual; quando os "iniciadores" eram "fortes e bons", era ouvindo-ver um entusiasmo entre todos.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Entrevistas no H M P
Sexta Entrevista

ficaram mazelas a que ele acrescentava mais aquela.
Outro, não aguentando a permanência contínua na enfermaria, todas as noites “saltava o muro”, e lá ia por essa Lisboa fora; tanto saltou que dos saltos acabou por ficar a coxear.
Histórias ouviam-se de uns que trocavam radiografias e outros que entregavam especturação de outros.
No canto direito da enfermaria estava o herói condecorado que tinha ficado com estilhaços na cabeça, por vezes sem que tenha eu alguma ideia do por quem, desatava aos saltos em cima da cama até deixar os ferros daquela feitos num L, depois desmanchava a cama e endireitava-os.
Todos tínhamos uma farda cinzenta de sarrabeco, casaco e calças. Quando íamos à consulta ao edifício principal, além da farda era obrigatório levarmos um carapuço branco enfiado na cabeça o que dava a imagem de prisioneiros metidos num autocarro.
Por essa altura o Benfica jogou para o Europeu no estádio da Luz, foram levados a assistir ao jogo alguns enfermos com problemas nos membros, o tejadilho do autocarro ia pejado de cadeiras de rodas e outros apetrechos com os inoxes brilhando lá no alto a enfeitar a camioneta comoventemente coroada.
Um dia em que fui à consulta de estomatologia ao edifício principal na Estrela, fiquei de pé numa bicha esperando a minha vez, às tantas, já cansado de ali estar, peguei em mim e sentei-me numa cadeira que estava entre nós e o doutor; qual não foi a ousadia, logo o Dr. olhou para mim e vituperou-me uma, duas, três vezes, como eu não lhe desse resposta alguma, imperturbável mudo fiquei a olhar para ele, desesperado perguntou- me:
- em que serviço está você? ao que respondi:
- na neurocirurgia!
Perturbado, acrescentou súbito: - deixe-se estar deixe-se estar! E eu lá fiquei sentado até que fui atendido.
Entrevista no HMC Nº 6 by adão contreiras
Histórias ouviam-se de uns que trocavam radiografias e outros que entregavam especturação de outros.
No canto direito da enfermaria estava o herói condecorado que tinha ficado com estilhaços na cabeça, por vezes sem que tenha eu alguma ideia do por quem, desatava aos saltos em cima da cama até deixar os ferros daquela feitos num L, depois desmanchava a cama e endireitava-os.
Todos tínhamos uma farda cinzenta de sarrabeco, casaco e calças. Quando íamos à consulta ao edifício principal, além da farda era obrigatório levarmos um carapuço branco enfiado na cabeça o que dava a imagem de prisioneiros metidos num autocarro.
Por essa altura o Benfica jogou para o Europeu no estádio da Luz, foram levados a assistir ao jogo alguns enfermos com problemas nos membros, o tejadilho do autocarro ia pejado de cadeiras de rodas e outros apetrechos com os inoxes brilhando lá no alto a enfeitar a camioneta comoventemente coroada.
Um dia em que fui à consulta de estomatologia ao edifício principal na Estrela, fiquei de pé numa bicha esperando a minha vez, às tantas, já cansado de ali estar, peguei em mim e sentei-me numa cadeira que estava entre nós e o doutor; qual não foi a ousadia, logo o Dr. olhou para mim e vituperou-me uma, duas, três vezes, como eu não lhe desse resposta alguma, imperturbável mudo fiquei a olhar para ele, desesperado perguntou- me:
- em que serviço está você? ao que respondi:
- na neurocirurgia!
Perturbado, acrescentou súbito: - deixe-se estar deixe-se estar! E eu lá fiquei sentado até que fui atendido.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
domingo, dezembro 16, 2007
Entrevistas no H M P
Quinta Entrevista
Certo dia, airosas damas de cabelos afofados ao alto entraram pela enfermaria adentro, cuspiram umas palavritas para um lado e para outro, sarabandearam os cus pelos quatro cantos da sala e deixaram em cima das mesas de cabeceira maços de cigarros Três-Vintes. A Pátria agradecida estava ali, prazenteira e presenteira.
Por essa altura já todos nós confraternizávamos uns com os outros.
Cá fora no quintal que circundava as enfermarias existiam campos sem nada onde medravam flores silvestres; foi aí que eu mais uns quantos resolvemos apanhar flores e ramos verdes, mete-los em pequenas jarras improvisadas - frascos e recipientes de comprimidos forrados com as pratas dos maços de cigarros - primávamos por aquela beleza em toda a sala decorando as mesas de cabeceira.
Quando as senhoras do MNF entraram foi um espanto, um ai de admiração, cochicharam enternecidas palavras bonitas, certamente, distribuíram sorrisos juntamente com os cigarros e desapareceram, até hoje!...
Entrevista no HMC Nº 5 by adão contreiras
sábado, dezembro 15, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Entrevistas no H M C
Quarta Entrevista
No outro dia de manhã acordei iluminado por uma claridade entrando pelas janelas que a enfermaria tinha e que enchia de luz todo o espaço; talvez dez a doze camas!... colocadas perpendicularmente às paredes e uma mesa de cabeceira em ferro ao lado. Ao centro, lá estava a mesa.
A cada um pertencia uma cadeira que arrumada devia estar aos pés da cama, no todo fazia um conjunto em tons creme claro.
Não me lembro de alguém me perguntar o que quer que fosse, a vida ali corria ao redor de pequenos segredos que cada um guardava. Entrevista no HMC Nº4 by adão contreiras

A cada um pertencia uma cadeira que arrumada devia estar aos pés da cama, no todo fazia um conjunto em tons creme claro.
Não me lembro de alguém me perguntar o que quer que fosse, a vida ali corria ao redor de pequenos segredos que cada um guardava.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Na Livraria Ler Devagar -2
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A Oriente, numa margem do Centro de Lisboa, somos uma Livraria e muitas coisas mais, temos, por isso, um programa. Gostamos da tecnologia e o acesso Wi Fi à Internet é gratuito.


Para a apresentação da revista Sulescrito estiveram presentes:
sulscrito: fernando esteves pinto, joão bentes e pedro afonso.
aliança cultural: adão contreiras e josé bivar.
co-editor da colecção palavra ibérica: luis filipe cristóvão.
colaboradores revista sulscrito: fernando diniz,
maria joão lopes fernandes e rui costa.
magna editora: emanuel vitorino.
maria joão lopes fernandes e rui costa.
magna editora: emanuel vitorino.
terça-feira, dezembro 11, 2007
Na livraria Ler Devagar -1
Ernesto Rodrigues e a sua V G O

Variable Geometry Orchestra
Foi uma performance musical entre o Free jaz e a música concreta, cheia de energia.
Pena é que não tivesse ali um gravador ou a máquina de filmar para registar aquele magma de som que nos envolve e nos eleva como se de um guindaste sonoro se tratasse.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Anos 7o
terça-feira, dezembro 04, 2007
Entrevistas no H M P
Tinha acabado de chegar do Hospital Militar de Évora. Depois das formalidades da entrada um soldado guiou-me dentro do Anexo. Era já noite.
Uma fila de casas de madeira ao fundo de um espaço amplo, constituíam o conjunto de enfermarias das várias especialidades.
Percorrido parte dum corredor, o tropa que me acompanhava parou, levou a mão ao puxador duma porta e abriu-a ;
uma escuridão densa percorrida por volutas de fumo de cigarro desenhando uma espécie de castiçais suspensos na atmosfera rodeava um grupo de militares que se dispunham à roda duma mesa. Algumas velas já meio consumidas davam uma ténue luz, o suficiente para iluminarem as cartas e ainda sombrearem figuras fantasmagóricas sem corpo e sem rosto.
uma escuridão densa percorrida por volutas de fumo de cigarro desenhando uma espécie de castiçais suspensos na atmosfera rodeava um grupo de militares que se dispunham à roda duma mesa. Algumas velas já meio consumidas davam uma ténue luz, o suficiente para iluminarem as cartas e ainda sombrearem figuras fantasmagóricas sem corpo e sem rosto.
Era ali a enfermaria de neurocirurgia.
Um que de costas estava para mim, rodou lentamente a cabeça, olhou-me levantou o traseiro e jaz , aí vai disto!
O meu guia apontou-me a cama, entrei, arrumei os meus haveres às apalpadelas e daí a bocado estava deitado.
Entrevista no HMC Nº 3 by adão contreiras
domingo, dezembro 02, 2007
Leituras
História Trágico-Marítima
Ó mar salgado,quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Fernando Pessoa
Mensagem/ Mar Português
São lágrimas de Portugal!
Fernando Pessoa
Mensagem/ Mar Português

Excerto do relato do naufrágio da nau S. Bento no Cabo da Boa Esperança em 1554 escrito por Manuel de Mesquita, tendo como Capitão-Mor da armada Fernão D'Álvares Cabral.
- cresceu tanto a necessidade entre nós, que nos constrangemos a comer os sapatos...

sábado, dezembro 01, 2007
quinta-feira, novembro 29, 2007
Entrevistas no H M P
Segunda entrevista

estava incorporado no exército.
Com baixa na enfermaria, acompanhado
do gravador portátil, lembrámo-nos de
fazer umas entrevistas
São essas entrevistas que aqui irei postar um testemunho real de alguns acontecimentos vividos pela tropa de então.
Entrevista no HMC Nº2 by adão contreiras
quarta-feira, novembro 28, 2007
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