sexta-feira, novembro 14, 2008

Dei por mim, hoje,a pensar assim:

Diz a teoria, ou Lenine se não estou em erro, não me atormenta citar estes nomes com um sentimento de devedor! que mais aprendem de politica as massas numa greve ou numa manifestação, ou seja, em qualquer luta concreta, do que em anos de esclarecimentos.

É do conhecimento que a teoria liberal aponta para a individualidade como valor supremo, a sociedade existe dum modo secundário, ou, (a sociedade não existe dizia a Tacther), não existindo a sociedade o individuo faz-se a si próprio; não sou de ninguém, nasci livre etc. diz a música, mais ou menos.

Daí resulta em pedagogia que o aluno não tem nada que aprender com os outros, ou seja com os professores, eles os alunos só têm que descobrir dentro de si o que querem e o que desejam, e como o que desejam em ultima instância é sobreviver como individuo, num lugar onde não existe sociedade a concorrência está para o individuo como está para a mercadoria: tens que ser melhor ou então morres aí na rua.

Porquê? porque não quer trabalhar ou porque não quis aprender -olha òh malandro, dizia o pequeno latifundiário para o poeta cá da sitio, o Bexiga, quando via de manhã a pessoa do poeta deitado no chão ainda na ressaca da bebedeira do dia anterior, ao que o poeta respondia : - até dum desgraçado têm inveja!

A única coisa que a escola pública tem que fazer então é preparar os alunos para a concorrência ou seja o mercado de trabalho.

Como já dizia Marx, se não me engano, em tempos de crise numa sociedade capitalista a primeira coisa a ir pela borda fora é a cultura, transposto isto para as políticas educativas quer isto dizer que a educação não interessa, só serve para aumentar os nossos impostos.

Quem os consome? os professores a quem se atribui a culpa de não saberem ou estarem-se nas tintas para fazer algum esforço, os alunos que reprovam etc. Em suma, os excessos que o sistema permite e não devia permitir; porquê ?

-porque é preciso tornar a escola pública rentável economicamente , e, a preparar macacos que trabalhem muito, bem e barato; logo aos alunos - não é preciso reprovações até ao 9º ano, a politica educativa; aos professores é preciso acorrentá - los à escola, política correccional .

Assim matam-se cinco coelhos numa cajadada: diminui-se as estatísticas do insucesso, aumentam-se os lucros no trabalho, poupa-se nos impostos, há um bode expiatório ( os professores estão sempre em férias, os funcionários do estado não fazem nada.) aumenta -se a rentabilidade em Bolsa, e ainda se arranjam uns trocos para construir linhas de alta velocidade.

Para quem? para as 50 famílias mais ricas do mundo auferirem tantos rendimentos como 500 milhões de pessoas mais pobres. Dados da ONU.

Saudações aos "moralistas e aos legalistas"