terça-feira, janeiro 26, 2016

Anos 10

 Ilustração do conto O Amor é uma Fuga sem Fim
 de Vitor Gil Cardeira    Desenho a tinta da china sobre papel
42x30    7/VIII
 
 
 

quarta-feira, janeiro 20, 2016

os corredores habitados



Domingo saturado de mordomias cinzentas, um abraço cruzado com dores, o Megatério, hospital de ternuras azedas.Um pequeno corredor no grande palácio da febre. Não há perfumes na atmosfera, uma sombra na mente percorre o corpo desassossegado.

Estou sentado e escrevo. A noite aguarda a minha presença - há frescura que chega lentamente.
Desta arte enumero os sintomas que percorrem todo o meu cascabulho, braços e mãos incluídas, pés soletrando incertezas em gestos pendulares activam os recursos, o cérebro roendo palavras. Escrevo.

- Um enxame de abelhas encapeladas no início da tripa, um ardor  qual  engolimento de três pipas de vinagre goela abaixo, imagino!.., meter as nádegas num balde de gelo?..., atear um contra-fogo?...,talvez um pouco de lixa, grossa!...; esperando num pequeno corredor escuro, algures nas entranhas do Dinossauro, pelo médico. Era domingo mas não havia tempo para arrumos no coração.
- temos que operar!

Estou sentado e vou escrevendo, isto, agora recordado: - um poeta que se preze tem que incendiar o cérebro dos transeuntes   

 Sala verde e um balanço para a eternidade, a indómita beleza do vazio. Deita-se uma pessoa na marquesa com a lucidez inteira das papilas, sem venenos na língua, sem filas de borboletas nos olhos. O tecto, e...quando faço a operação? - já fez!
Nada de enternecidas visões ou esmolas para novos impulsos -- o mundo esmera-se em fabricar vantagens e apagar agonias -- está tudo certo na infinita clareza do devir.

Estou sentado e escrevo: como pode um cérebro destronar  a sua própria ignorância, a vontade de existir fora dum tempo que nos envolve, aventurar-se em conformidade com o soletrar da esvaecida unidade? há azafamas que escondem ao entendimento os caminhos evanescentes, moléculas da vontade que caminham em direcção ao sol!

Encontro no caderno:- Não me invejam as filosofias que abandonam os passos do dia-a-dia inventando transcendências em cada laranja que cai

 É com estes nadas que endireito a coluna vertebral -- posso ficar seco nos lábios  mas a amargura que envolve os olhos desagua em sorrisos nas orelhas -- é isso que os aparatos das amostras  desenham nos sorrisos da boca; procurar na pele os doces que me embebedam, -- não há nada que seja exactamente nada, --  uma flor murcha já não é uma flor, é aquele calor que se apagou quando o sol ainda brilhava.

 dizeres embalsamados pela literatura onde se esconde o cio das,





terça-feira, janeiro 12, 2016

Anos 10

 Ilustração do conto O Amor é uma Fuga sem Fim
 de Vitor Gil Cardeira    Desenho a tinta da china sobre papel
42x30    6/VIII

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Anos 10

 Ilustração do conto O Amor é uma Fuga sem Fim
 de Vitor Gil Cardeira    Desenho a tinta da china sobre papel
42x30    5/VIII