Nº 60
para poemas complexos
;há um eterno amor
nas entrelinhas da voz;
tópicos:
quando a voz se acende
no silêncio do corpo
é posse que se estende
de mim a outro outro
no corpo abrasada
pela voz acidulada
mostro-me para ser
o que antes não era nada
sou a voz que me oiço
no sentir actualizado
sou ainda um escorço
do que havia pensado
ainda a voz não é finda
cresce uma fenda rasgada
pela saudade que é vinda
nos crepes da palavra amada
segunda-feira, dezembro 23, 2013
quinta-feira, dezembro 12, 2013
Mostruário de Títulos para Poemas
Nº 59
para poemas complexos
;quanto viver em vão
nos andaimes da luz pendurado;
Nota:
eis um poema que não deve ser escrito;
vão, tanto pode ser do verbo ir,
uma viga ou actuar sem resultados
o poeta não pode solicitar
a ambiguidade do verbo
viver em vão pode ainda resultar
em viver-em-vão-de-escada
necessário será
que o poeta
retire a escrita ao poema
12.12.13
sexta-feira, dezembro 06, 2013
Mostruário de Títulos para Poemas
Nº 58
para poemas complexos
;as palavras têm o corpo desesperado
se na ambiguidade das cavernas flutuam;
Nota:
gere-se por uma aliança
entre o escaparate de um vazio
e o olhar para o silêncio
do sujeito poético
haverá circunstâncias quiméricas
fracturas galopantes
benesses às palavras
adjectivos circunstanciais de modo
adverso
e totens
o poema
deverá ser um
um exemplo
quarta-feira, dezembro 04, 2013
Mostruário de Títulos para Poemas
Nº 57
para poemas complexos
;os poetas cristalizados
não engravidam os nomes;
Nota:
deve ser escrito
com muita ponderação
qualquer pode sentir susceptibilidades
deve-se começar por
libertar o tempo
dos cristais da memória
semântica narrativa com rabo-de-cavalo
é para deitar fora
a verdade do poema deve
estar em transição
- entre o significado imaterial
e a matéria do pensamento
todos os versos
devem pairar sobre uma angústia
do verbo amar
segunda-feira, dezembro 02, 2013
Mostruário de Títulos para Poemas
Nº 56
para poemas simples
;a poesia é para todos
não é tertúlia com saltos altos;
Nota:
o poeta
ao escrever este poema
não deve rir
mesmo que o Sol lhe faça cócegas
concentra-se nas palavras alagadas
de suor
inventa canções para as crianças dormirem
suprime os alfabetos arcaicos
a linguagem animar-se-á
dando corda ao texto
a nitidez do olhar nos contornos das soluções encontradas
dará aos vários interlocutores
minúsculas sensações poéticas sem retorno
mas não apagadas
aos olhos de todos
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