terça-feira, dezembro 29, 2015
os corredores habitados
o calcário
o tinir da voz
que acorda
na frescura dos ouvidos,
o silêncio dos calcários
a viagem
que enterra no corpo
a luz da tua solidão,
o silêncio do calcário
o campo flutuando
em busca de repouso,
no silêncio dos calcários
o meu devaneio
nos laços da amizade,
no silêncio do calcário
a tua culpa
nos braços
do meu silêncio,
pelo silêncio do calcário
o nosso regresso
terça-feira, dezembro 22, 2015
Anos 10
Ilustração do conto O Amor é uma Fuga sem Fim
de Vitor Gil Cardeira Desenho a tinta da china sobre papel
42x30 4/VIII
quinta-feira, dezembro 17, 2015
Anos 10
Ilustração do conto O Amor é uma Fuga sem Fim
de Vitor Gil Cardeira Desenho a tinta da china sobre papel
42x30 3/VIII
de Vitor Gil Cardeira Desenho a tinta da china sobre papel
42x30 3/VIII
sexta-feira, dezembro 04, 2015
segunda-feira, novembro 30, 2015
os corredores habitados
um gole de vinho
dois gomos de laranja
e um trago de água enfeitada...
depois, a solicita tua lembrança
num verde claro dos teus cabelos
e um adágio de beijos e de canções
atrás dos meus olhos
que outros olhos alcançam
dois goles de vinho
três gomos de laranja...
- arquipélago de sabores silvestres
fósforos ardendo nos vegetais
de um tempo em forma de trança
correndo no corpo sobre temporais
dois goles de vinho
dois gomos de laranja...
artérias de olhos buscando
grinaldas de sons na água
de aqueles eternos sinais
três goles de vinho
sete ondas de água
- sílfidos bulícios
em soltos vendavais
velo de laranja
teu anel de sobressaltos
bandeja dos gestos plurais
um gole de vinho
dois gomos de laranja
e um trago de água enfeitada...
depois, a solicita lembrança
de um verde claro do verbo
de um adágio na contra-dança
em seus sulcos corporais
um gole de vinho
dois gomos de laranja...
quarta-feira, novembro 25, 2015
Anos 10
Paisagem com Humano
Bocados de objectos em madeira, verga, feltro, cortiça, tela e pintura a óleo
constituído por 28 quadros
constituído por 28 quadros
Quadro nº 28/XXVIII
Tela,madeira tinta a óleo
33x27
sábado, novembro 21, 2015
os corredores habitados
flores de absinto
tenebroso afinco
onde jaz cruel amor
e onde amando ainda me sinto
pérolas de sangue
se evolando resistem
aos túmulos que se esgotam
abrindo
generoso deslizar de venenos
- liberta-me sismo de enganos
por dentro das opressões
onde se abrem flores de absinto
quinta-feira, novembro 19, 2015
os corredores habitados
Elísios Campos
rosa púrpura
onde andas?
teus braços nadam
nas onduladas águas...
onde andas?
que ruas pisaste
nas orlas dos jardins?
que nuvem se elevou
de onde deixaste aquela saudade
de manto que se afundou?
rosa púrpura
de claro som
- de onde vem aquele roxo
das águas de cetim?
- de todas as fontes
que os campos alagam
em perfumes de desdéns
queixas e motins?
de aventais esvoaçando
ombros tensos
ao canto de mim?
de ti rosa perpétua de altos gritos
que escondes teu rosto de serenos perfis
respiro teu hálito em encontros infinitos
neste tempo de abobadas cruéis e pueris
de onde vens
rosa púrpura,
- pelos Elísios Campos
com sandálias de cristal e botequins?
domingo, novembro 15, 2015
os corredores habitados
"Paris já está a arder?"
no rebordo da pele
navegam soltos navios
em direcção ao mar
um longo caminho de pétalas pelos braços
um purpúreo sol pelos ombros
um cântico de aves pelos dedos
sobejamente sei
que todos se encostaram
ao cais dos meus ecos
sobressaltados pelos pântanos que nos cercam
por ti, meu amor,saberás
que caminho de sol a sol
pela escuridão desta terra
ela disse: - os teus segredos
são apaixonantes
estão cheios de labaredas por dentro
domingo, novembro 08, 2015
Anos 10
Quadro nº19
Um homem na paisagem
Tela,madeira tinta a óleo
33x27
Quadro nº 20
Um homem na paisagem
Tela,madeira tinta a óleo
33x27
sábado, outubro 31, 2015
os corredores habitados
Desenho de José Assis em homenagem póstuma
Teus riscos tua mão
A comoção serenou.
De ti, o que digo,
Teu risco
Teu traço
Teu ver de dois
corpos sem fim…
A comoção voltou.
De ti, o que digo,
Teu imperativo silêncio de agora
Teu lusco-fusco entre
o claro e o escuro
Teu anel de antiga rotina
Teu verbo de riscar aceso
Tua luz que se apagou…
Da comoção prostrada
De ti, o que digo,
Teu claro ser de riscar
Teu sentir preciso no tacto
De dois corpos pulsando
Nessa unidade que morre devagar.
A comoção sossegou.
De ti, o que digo,
De um lápis que tiveste na mão
Riscando pelos atalhos
De um dia claro e sonoro
Teu rosto de
sobressaltos
Teus azuis de mares rasgados
Pelos corpos desamparados
Que em teus dedos sorriram
A comoção voltou
quarta-feira, outubro 28, 2015
sexta-feira, outubro 23, 2015
os corredores habitados
desço as escadas
no degrau antes do pé, a viagem daqui
- um ciclo brevíssimo ao olhar uma ferida
no aquário do medo -
sobre a mão incerta penetrando este segredo
o outro lado do longe, passo suspenso
projectado nas fileiras da vertigem
ou degrau sonoro que ecoa
nos vestígios da cal suada
um pé descalço pela saudade adentro
degrau que me acode, outro
passo suspenso
desço devagar
na imaginação do meu inventário
em cada lance piso o ciclo que se abre
- resistir não é vender poemas -
o joelho dobro pelo pólen da noite que nos cerca
aqui preso no aquário do tempo
no precipício de todo o rosto
pelas escadas desço endossando
os vícios de palha
aos astronautas em circulação
fivela de um cinto sem óculos
mistérios de flores azuis
pássaros no degredo dos eucaliptos
sombras de peixes-voadores
sem medo de mim porventura
lúcido, desço pelo gargalo
do insubmisso degelo
subindo pelas folhas dos versos cor-de-rosa
- como tu
sexta-feira, outubro 16, 2015
terça-feira, outubro 13, 2015
os corredores habitados
Um poema inconseguido
um aluno que vai para a escola sem comer
uma manhã deslumbrante de serenidade
uma mãe que viaja num choro sem saber
um dia iluminado pela ansiedade
um amanhecer de amor inconseguido
um amor fundido na cera do presente
um amor esmerado insucumbindo
uma esfera azul de um ardil reluzente
um inconseguimento de vislumbre alucinado
uma alcateia de remorsos num lago vazio
um remanso de amor muito, muito educado
um cadáver de tédio que o poema sugeriu
um inconseguimento de um conseguido sujeito
uma conseguida visão do inconseguimento
um estremeção no inconseguimento desfeito
um bate papo conseguindo tal, introproducimento
quinta-feira, outubro 08, 2015
terça-feira, outubro 06, 2015
os corredores habitados
O amor em horas de ponta
O amor em horas de ponta
sofreu de uma congestão apressada
perdeu-se na multidão sem conta
deixou a cidade congelada
Tanto amor em sapatos altos
partido aos bocadinhos sobre as calçadas,
vai ela, deslumbrante, quase aos saltos
nos ecos da casa assolada
- meu amor,... que coisa ruim
que coisa assim longínqua
fica tão perto de mim
essa coisa de que não se brinca -
quarta-feira, setembro 30, 2015
os corredores habitados
Preciso desaguar na rua
Na sonoridade do lume da calçada
teu suor corre pelas avenidas
Ver-te assim escondido
numa ânsia desastrosa
é coisa que tem percorrido
o espinho do caule da rosa
Na sonoridade do lume da calçada
ou no caminho lavrado pelas águas
não há morte que mate as mágoas
esgota-te o mercado no fazer
um osso sem terra fértil
cansa-me o isto te dizer
ver-te morto numa gaiola aberta
preciso desaguar nas ruas
sem ver-te assim escondido
abrir-me ao espanto original
nessa ânsia desejosa
fechar o sorriso num ângulo raso
é coisa que tem percorrido
aos ombros da nossa cólera
o espinho do caule da rosa
Preciso de desaguar na rua
domingo, setembro 27, 2015
Anos 10
Quadro nº 23
Um homem na paisagem
Tela,madeira tinta a óleo
33x27
Quadro nº 22
Um homem na paisagem
Tela,madeira tinta a óleo
24x39x15
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