quinta-feira, janeiro 04, 2018

os corredores habitados




Querido pai e querida mãe, hoje estou sangrando de emoção porque estou vendo aquelas coisas que não sabia que existiam, são bonitas a valer, pois vejo que elas são paisagens e retratos muito bem desenhados e pintados que tantos pintores e desenhista fizeram por esse tempo fora, é coisa de admirar. Eu gostaria de ser igual, mas não sei se consigo, todos os retratos são tão bem feitos que fico admirado de ser possível que alguém os fizesse, gosto muito de ver as pinturas que os livros trazem em estampas de cores em folhas de papel grosso mas muito liso que dá gosto apalpar. Estou contente por estar nesta escola, eu não sabia que havia escolas com moços e moças todos juntos nas aulas, gosto muito de estar com eles nas salas onde temos aulas, temos aulas de desenho e pintura também de modelação e desenho de ornato e desenho de letra, gosto muito de desenhar e pintar. No recreio as moças ficam os moços chamam o galinheiro porque é lá encima nas escadas e tem um alpendre onde elas ficam nos intervalos e os moços ficam cá em baixo falando uns com os outros muito. Estou mesmo admirado desta escola e não sabia que havia escolas assim tão alegres com professores muito amigos dos alunos, na aula de pintura desenhei e pintei uma romã com os bagos à vista que estava aberta ao meio que os outros e o professor ficaram admirados, pintei os bagos todos um a um com a cor vermelha que têm, fiquei todo contente de ver que ficaram admirados pois eu gosto muito de desenhar e pintar e fiz o melhor que sabia fazer. Quero que fiquem bem. 

               

quarta-feira, janeiro 03, 2018

Poesia


GAZETA DE POESIA INÉDITA



23
Jun18

ADÃO CONTREIRAS - NO GRAVE SOCALCO

 No grave socalco

embandeiram  as nobres flores
entre o ser e o seu nó côncavo
o amarelo limão oscila

adormecido na tristeza oca
embutido de raízes
velhas âncoras
o sólido degrau  cai

as pequenas hastes velejam
cântico balançado
loucura gracejando ao vento
de nervosa angústia de água

calculo a verdade do tempo limão
que me leva da raiz à flor
na aziaga nudez do fortuito amarelo 

brinda a culminância das núpcias
o dorso da inquieta penetração da luz
o lume, o incêndio moço da vegetação
debruando  a orla das muitas pegadas