segunda-feira, fevereiro 23, 2015
O algoritmo da palavra
XI
as folhas tremem
pequenas volúpias
da cidade sonora
estremece o tempo
na hirta árvore
matrizes de um correr escondido
os ramos
filigranam sobre o antigo tronco
as minhas mãos pegam
no bloco
escrevo-me, escrevendo
no ângulo superior ao tecido vegetal
- eu sou o da mão que risca, olhando-me
as árvores vestem-se das minhas palavras
(Que) soletro
o ângulo em que vejo
é um braço segurando, a,
ausência tua
terça-feira, fevereiro 17, 2015
O algoritmo da palavra
X
o tempo rasga-me a solidão
- corre uma brisa -
é amanhã que vou ver
o meu antigo retrato
nas velhas pedras do muro
o sol
desencadeia gloriosas fendas
intervalos de sorrisos da terra
o meu rosto de hoje
a brisa flutua sobre o continente
do desespero
verbos pesados ou chumbos de algodão?
não quero que o sol
se apague
nos intervalos da morte
é manhã e vai alto o sonoro dia
o tempo rasga-me a solidão
- corre uma brisa -
é amanhã que vou ver
o meu antigo retrato
nas velhas pedras do muro
o sol
desencadeia gloriosas fendas
intervalos de sorrisos da terra
o meu rosto de hoje
a brisa flutua sobre o continente
do desespero
verbos pesados ou chumbos de algodão?
não quero que o sol
se apague
nos intervalos da morte
é manhã e vai alto o sonoro dia
quarta-feira, fevereiro 11, 2015
os corredores habitados
só canto a matéria da alcunha ao real a palavra alertar-nos
e os espasmos da vida os cruzamentos da solidão
num ver sinónimo de estar olhar pousado sobre os braços
sentir de sombras curvas onde a vontade se despede
os longes fortuitos os sinais de cinzentas certezas
só canto a vida refrão expulsando-se do frio
e os seus mistérios a voar de asas ocas a tortura
espalhar-me-ei eixos suportando as tombolas
pelo caos aberto empréstimo da sensitiva evasão
pela graça de uma palavra currículo da pele
e no infinito me findarei a voz suspensa
só canto a vida refrão expulsando o frio
e seus mistérios a voar
o absoluto é um pão azedo cartaz de propaganda
degustado em infinito sal
viver é estar perto de algum segredo escuro diamante
onde habita sopro leal
domingo, fevereiro 08, 2015
O algoritmo da palavra
eu, explico tudo com palavras
com as palavras...
e o resto sobrando
os vestígios na língua suada?
o resto é somente uma lembrança
eu explico tudo
com as palavras que se aninham
ao redor do corpo
com os intervalos
que as prendem
adoço o café da manhã
açoito os cavalos que não entendo
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