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quarta-feira, agosto 26, 2009

TRIBUTO -16 Telmo Palma "O marroquino"







Os Restos da Floresta - filmagens e montagem vídeo das esculturas com MÚSICA ORIGINAL de TELMO PALMA especificamente escrita para estas. Montagem vídeo Jorge Belo. Produção: Camara Municipal de Faro, Gabinete de Vídeo 1996

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Aniversário


Ontem dia dez este blog fez mais um ano e vão dois

domingo, janeiro 06, 2008

Entrevistas no H M C

Sétima Entrevista

Observações: I ) por lapso indiquei oito entrevistas, posteriormente verifiquei serem apenas sete ao todo, uma estava repetida; esta é a última.
II) nesta última entrevista, passando-me o micro, sou eu que faço a entrevista ao entrevistador


Durante três meses de internamento fiz testes de análise psiquiátrica ou psicológica. Para isso era chamado à consulta no hospital na Estrela. O chefe da neurocirurgia que me havia enviado para aí. era, segundo julgo saber, o Dr. Flores. Os testes começaram por ser testes de “memória”, decorar uma sequência de numeras cada vez maior, passaram por testes de “personalidade e carácter“ e acabaram em testes de “ sintomatologia de perturbações mentais”; estes termos não são obviamente termos técnicos! Por fim fui proposto a uma Junta Médica.
Quando cheguei, fiquei para sempre com uma visosensação de um túnel, arcada, corredor? escuro, negro; numa extremidade encontravam-se os propostos à Junta, na outra extremidade lá ao fundo, mal distinguindo-se, via-se uma secretária de madeira muito simples onde se sentavam três figuras acinzentadas.
Para mim, de “básico” para baixo, não havia menor especialidade possível; durante três semanas tinha posto, tirado e lavado pratos em Tavira... iriam mandar-me novamente para o mesmo lugar?
Quando cheguei à presença das três importantes figuras tentei perceber a patente, não sabia se havia de fazer continência se ficar quieto, optei por não fazer nada. Das patentes só vi qualquer coisa a brilhar no ombro e umas coisitas vermelhas lá por cima ou ao lado, não sabendo a que correspondiam, fiquei para sempre com esta dúvida se seria algum general? O que estava no meio perguntou-me: - o que tem , do que sofre? não encontrei resposta outra a não ser: - da cabeça! olhou para mim como se tivesse sido mordido por uma pulga e disse :- pode ir!
Já no pátio à entrada do Hospital todos aguardava-mos o veredicto da Junta.
Passado algum tempo apareceu um militar com uns papeis na mão e começando a chamar por nomes ia dizendo o destino que a cada um tinha sido atribuído. Quando chamou por Adão José Pinto Contreiras anunciou com um sorriso ciumento - está livre, pode ir para casa.
Saí portão fora e esbracejei para um táxi, disse para o taxista: - fiquei livre, leve-me para a Avenida de Roma, já!
– Upa, arranquemos depressa antes que eles se arrependam! exclamou aquele, parecendo tão contente como eu; no fim, chegados, não estive para fazer contas miudinhas, todas as moedas que tinha e que grosso modo iam para alem do custo, deitei para cima da mão do taxista e disse : fique com todas!
Da minha caderneta Militar consta , "está livre do serviço militar por ter tido baixa por incapacidade física".

Das minhas muitas idas à consulta à Estrela lembro sempre com angustia um militar completamente vasado dos olhos agarrado ao braço de outro militar a ser guiado por aquele.


quinta-feira, dezembro 27, 2007

As Charolas


Assim se toca e canta na Charola



Em complemento do que digo abaixo aqui ficam os registos sonoros tirados das filmagens feitas por APC durante um ensaio geral das charolas Velha Guarda do sítio de Bordeira em 2006

A música charoleira é composta por quatro partes: entrada, canto, vivas e saída; cada uma delas corresponde a um aspecto da charola. A "entrada" ou "marcha" era usada durante o caminho e à chegada das casas, o "canto" é desenvolvido pelo chamado "iniciador" e é feito de improviso acompanhado de uma música própria, as "vivas" são quadras ou sextilhas ditas por qualquer pessoa presente, sátiras ou encómios dirigidos uns aos outros, a " saída" como o nome diz simboliza a despedida.



Charola entrada by adão contreiras
A música da entrada



Charola canto by adão contreiras
O canto


  Charola vivas by adão contreiras
As vivas


Charola saída by adão contreiras
A Saída

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Entrevistas no H M P



Sexta Entrevista



Todos os dias eram chamados enfermos às consultas; lembro-me dum moço, assim forte e um pouco atarracado, aquele que tinha dado um grande peido à minha chegada; este tinha um grande objectivo, conseguir uma pensão de 5 escudos dia, mais ou menos, depois ir para casa e ser distribuidor de garrafas de gás, onde ganharia mais alguns cobres. Andava com um truque: - quando era chamado para consulta dava um “jeito ao pé” e ficava coxo de tal maneira que os médicos por mais que desconfiassem não conseguiam vislumbrar cura. Na enfermaria voltava a dar o jeito ao contrário e aí estava ele lampeiro. Tinha tido um acidente e daí
ficaram mazelas a que ele acrescentava mais aquela.
Outro, não aguentando a permanência contínua na enfermaria, todas as noites “saltava o muro”, e lá ia por essa Lisboa fora; tanto saltou que dos saltos acabou por ficar a coxear.
Histórias ouviam-se de uns que trocavam radiografias e outros que entregavam especturação de outros.
No canto direito da enfermaria estava o herói condecorado que tinha ficado com estilhaços na cabeça, por vezes sem que tenha eu alguma ideia do por quem, desatava aos saltos em cima da cama até deixar os ferros daquela feitos num L, depois desmanchava a cama e endireitava-os.
Todos tínhamos uma farda cinzenta de sarrabeco, casaco e calças. Quando íamos à consulta ao edifício principal, além da farda era obrigatório levarmos um carapuço branco enfiado na cabeça o que dava a imagem de prisioneiros metidos num autocarro.
Por essa altura o Benfica jogou para o Europeu no estádio da Luz, foram levados a assistir ao jogo alguns enfermos com problemas nos membros, o tejadilho do autocarro ia pejado de cadeiras de rodas e outros apetrechos com os inoxes brilhando lá no alto a enfeitar a camioneta comoventemente coroada.
Um dia em que fui à consulta de estomatologia ao edifício principal na Estrela, fiquei de pé numa bicha esperando a minha vez, às tantas, já cansado de ali estar, peguei em mim e sentei-me numa cadeira que estava entre nós e o doutor; qual não foi a ousadia, logo o Dr. olhou para mim e vituperou-me uma, duas, três vezes, como eu não lhe desse resposta alguma, imperturbável mudo fiquei a olhar para ele, desesperado perguntou- me:
- em que serviço está você? ao que respondi:
- na neurocirurgia!
Perturbado, acrescentou súbito: - deixe-se estar deixe-se estar! E eu lá fiquei sentado até que fui atendido.
Entrevista no HMC Nº 6 by adão contreiras

domingo, dezembro 16, 2007

Entrevistas no H M P



Quinta Entrevista



Por vezes afloravam conversas sobre a vida civil, lá fora o mundo parecia resplandecer de luz e de vida, o som dos carros ao longe o travar dos autocarros de dois andares zúnia aos ouvidos quais andorinhas riscando os ares.
Certo dia, airosas damas de cabelos afofados ao alto entraram pela enfermaria adentro, cuspiram umas palavritas para um lado e para outro, sarabandearam os cus pelos quatro cantos da sala e deixaram em cima das mesas de cabeceira maços de cigarros Três-Vintes. A Pátria agradecida estava ali, prazenteira e presenteira.
Por essa altura já todos nós confraternizávamos uns com os outros.
Cá fora no quintal que circundava as enfermarias existiam campos sem nada onde medravam flores silvestres; foi aí que eu mais uns quantos resolvemos apanhar flores e ramos verdes, mete-los em pequenas jarras improvisadas - frascos e recipientes de comprimidos forrados com as pratas dos maços de cigarros - primávamos por aquela beleza em toda a sala decorando as mesas de cabeceira.
Quando as senhoras do MNF entraram foi um espanto, um ai de admiração, cochicharam enternecidas palavras bonitas, certamente, distribuíram sorrisos juntamente com os cigarros e desapareceram, até hoje!...
Entrevista no HMC Nº 5 by adão contreiras

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Entrevistas no H M C

Quarta Entrevista


No outro dia de manhã acordei iluminado por uma claridade entrando pelas janelas que a enfermaria tinha e que enchia de luz todo o espaço; talvez dez a doze camas!... colocadas perpendicularmente às paredes e uma mesa de cabeceira em ferro ao lado. Ao centro, lá estava a mesa.
A cada um pertencia uma cadeira que arrumada devia estar aos pés da cama, no todo fazia um conjunto em tons creme claro.
Não me lembro de alguém me perguntar o que quer que fosse, a vida ali corria ao redor de pequenos segredos que cada um guardava.
Entrevista no HMC Nº4 by adão contreiras



terça-feira, dezembro 11, 2007

Na livraria Ler Devagar -1

Ernesto Rodrigues e a sua V G O


Na Livraria Ler Devagar fomos encontrar casualmente o amigo de há muito tempo Ernesto Rodrigues músico e compositor, com a sua Banda
Variable Geometry Orchestra
Foi uma performance musical entre o Free jaz e a música concreta, cheia de energia.
Pena é que não tivesse ali um gravador ou a máquina de filmar para registar aquele magma de som
que nos envolve e nos eleva como se de um guindaste sonoro se tratasse.



Fotos Adão Contreiras


terça-feira, dezembro 04, 2007

Entrevistas no H M P



Terceira Entrevista



Tinha acabado de chegar do Hospital Militar de Évora. Depois das formalidades da entrada um soldado guiou-me dentro do Anexo. Era já noite.
Uma fila de casas de madeira ao fundo de um espaço amplo, constituíam o conjunto de enfermarias das várias especialidades.
Percorrido parte dum corredor, o tropa que me acompanhava parou, levou a mão ao puxador duma porta e abriu-a ;
uma escuridão densa percorrida por volutas de fumo de cigarro desenhando uma espécie de castiçais suspensos na atmosfera rodeava um grupo de militares que se dispunham à roda duma mesa. Algumas velas já meio consumidas davam uma ténue luz, o suficiente para iluminarem as cartas e ainda sombrearem figuras fantasmagóricas sem corpo e sem rosto.
Era ali a enfermaria de neurocirurgia.
Um que de costas estava para mim, rodou lentamente a cabeça, olhou-me levantou o traseiro e jaz , aí vai disto!
O meu guia apontou-me a cama, entrei, arrumei os meus haveres às apalpadelas e daí a bocado estava deitado.

Entrevista no HMC Nº 3 by adão contreiras

domingo, dezembro 02, 2007

Leituras


História Trágico-Marítima


Ó mar salgado,quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!

Fernando Pessoa
Mensagem/ Mar Português









Excerto do relato do naufrágio da nau S. Bento no Cabo da Boa Esperança em 1554 escrito por Manuel de Mesquita, tendo como Capitão-Mor da armada Fernão D'Álvares Cabral.





- cresceu tanto a necessidade entre nós, que nos constrangemos a comer os sapatos...






quinta-feira, novembro 29, 2007

Entrevistas no H M P


Segunda entrevista


Em 1965, no auge da guerra colonial,
estava incorporado no exército.

Com baixa na enfermaria, acompanhado
do gravador portátil, lembrámo-nos de
fazer umas entrevistas

São essas entrevistas que aqui irei postar um testemunho real de alguns acontecimentos vividos pela tropa de então.


Entrevista no HMC Nº2 by adão contreiras

segunda-feira, novembro 26, 2007

Entrevistas no H M P

Primeira entrevista

Em 1965, no auge da guerra colonial, estava incorporado no exército.
Após a recruta, com um percurso enviesado como tropa, fui parar à enfermaria de neurocirurgia do Anexo do Hospital Militar Principal na Estrela em Lisboa.
Levava comigo o gravador portátil Okicorder que servia de algum paliativo ouvindo a música em voga da época.
Aí, fui encontrar internados, militares de diferentes quadrantes cuja trajectória os tinha também a eles trazido para o mesmo local.
Passados dois a três meses de hospitalização os que sempre permaneciam acabaram por confraternizar e um dia lembrámo-nos de gravar “entrevista” aos que ali estavam.
O entrevistador depois duma primeira tentativa um tanto anárquica deu o nome de “Rádio Universidade” e fez mais sete entrevistas com um tom “profissional”.
São essas entrevistas que aqui irei postar um testemunho real de alguns acontecimentos vividos pela tropa de então.
Quero notar que houve uma preocupação de não colocar qualquer visão ou enquadramento politico, pelas razões óbvias que existiam à data.


Enttrevista no Hospital Militar Nº1 by adão contreiras

terça-feira, novembro 20, 2007

Música Popular Angolana


Musica Popular Angolana by adão contreiras

Registo sonoro ao vivo feito em fins de 1962 por Adolfo Pinto Contreiras, quando destacado em Angola em missão de guerra.

Cântico de despedida e regresso a casa após a conclusão do contrato de trabalho da colheita do café na Roça Rodrigues & Irmão em Terreiro Angola.


Arquivado em gravador portátil de fita magnética (Okicorder 102.) foto em baixo.

Recuperação e registo digital de Adão Contreiras.

A gravação recuperada tem 4 minutos e 21 segundos: aqui reproduzem-se 2 minutos e cinquenta e seis segundos .













domingo, novembro 11, 2007

Juan TRIBUTO 11



O Juan tinha sido encontrado pelo Bívar na rua de Santo António a tocar acordeon e a cantar “ o melhor da Música espanhola"




O Juan cantando e tocando acordeon acompanhado à guitarra pelo Xavier el Camino em casa deste nos anos 90. Em pé ao início vê-se o Zé Maria este e o Juan já falecidos.

Filmeacervo de José Bivar, montagem para a web por Adão Contreiras



sábado, setembro 01, 2007

O meu amigo Custódio 3


Visivelmente entusiasmado pelas novas tecnologias o amigo Custódio inicia-se no computador
(filme sem som, sublinhado musical apenas no fim.)


sexta-feira, agosto 10, 2007

Aloe Vera



Segundos antes de entrar pela porta da ervanária estava a ver um senhor baixo, ligeiramente gordo e um pouco careca que costumava dar conselhos em tom sapiente

.

Quando entrei, atrás do balcão, sentada, estava uma pessoa feminina dos seus setenta anos, magra, escorreita de feições que continuou a conversar com uma outra.

Esperei enquanto confirmava com o olhar o estabelecimento onde me encontrava!

Algum tempo depois a senhora do balcão levantou-se firme, como se um reflexo de luz me tivesse batido nos olhos, e disse:

-E este senhor o que deseja?

-Acabe de atender aquela senhora, respondi.

A terceira pessoa apressou-se a pedir desculpa e dando um passo em direcção à porta, torceu o pescoço para a despachante e continuou pingando mais uma palavrinha. Por fim saiu.

Aquilo fez-me lembrar a mercearia onde cresci, vendouvindo o pessoal que ali ia abastecer-se; - as mulheres conversavam infinitamente!

Direccionado numa postura erudita, classificava: - galinhas!

Mostrei as minhas mazelas…

- ah, sarna não é não, retorquiu a balconista categórica. - Isso é bicho-rastolho.

Aquele nome que já havia dezenas de anos não ouvia fez-me recuar novamente no tempo da memória.

- É um bichinho muito pequeno, mais pequeno do que a pulga da galinha, vai na poeira, não se vê. – sabe, a minha mãe, debaixo dos peitos, quando aparecia o bicho-rastolho, punha uma pinga de azeite.; o bicho rastolho não quer nada com o azeite. Para a pele – continuou, tenho esta bisnaga de Aloé Vera, é o melhor.

Era a última bisnaga da caixa. Enquanto a entregava para as minhas mãos, eu, olhava para a balconista, tentando recompor-me daquele fluxo momentâneo do passado;

- reflectia novamente sobre conclusões a que havia algum tempo chegara: - é preferível conversar do que ir parar às “terapias de grupo”. Aquelas conversas de bicho-rastolho, pó, eiras, palha, calor, verão tinha ouvido vezes sem fim enquanto as mulheres esperavam pelo arrieiro.

quarta-feira, agosto 08, 2007

O meu amigo Custódio 2

Nas suas visitas diárias "a correspondência" é um elemento vital para o seu equilíbrio emocional; a ausência dela provoca-lhe um desgosto acentuado, visível na face.
Nas fotos: a mala dos "documentos", a entrega da correspondência e um molho dela.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Pat Matheny e Brad Mehldau em Loulé


Era uma e meia da noite, na avenida, ainda algumas pessoas restavam na esplanada tentando refrescarem-se dum dia tão calorento como fora aquele, o dia do Pat Matheny e Brad Mehldau em Loulé.

Desde a hora do jantar que me doía o não ter bebido a bica. Dentro do recinto do concerto só havia cerveja e em casa do Hélder era o que havia; bebi aí uma, porque a outra meia tinha ido parar ao chão. - aquele “gajo” nunca mais troca as cadeiras de plástico, onde os convidados acabam por se esparramarem!

Pedi uma bica e uma água, quando abri o porta-moedas para pagar verifiquei que não tinha dinheiro suficiente; o Pat tinha-me levado os níqueis. Vinte e cinco euros – caramba!... e, eu a lembrar-me que tinha ouvido tantas vezes o amigo Telmo ( o Marroquino) , igualável ao Pat, de borla? (Em breve postarei aqui esse músico e guitarrista em homenagem merecida). Dei ordens imediatas ao despachante para não tirar a bica; nisto um senhor que estava ao meu lado prontificou-se: - tire lá a bica que eu pago!

Lembrei-me então, num esforço de memória, que tinha guardado uma nota algures. Encontrei-a. Agradeci ao senhor e paguei do meu bolso. Peguei na chávena de café e na água, ia sentar-me mas estava tudo ocupado, olhei, lá estava o meu amigo de momento, sentado no banco do jardim a beber o seu copo de cerveja; fui sentar-me ao seu lado.

- Obrigado, - mais uma vez , disse.

- Tenho dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, - respondeu sem dar importância ao caso.

- Olhe, estes óculos vou ao Brasil comprá-los, cá é uma fortuna; - abriu os lábios e mostrando uma dentadura composta, passava com o dedo indicador dum canto ao outro da boca – também os comprei no Brasil, o que poupo dá para viagem. Sou de Faro, mas há dois anos que vivo aqui em Loulé – há tempos vim de França… e disse qualquer coisa a que não prestei muita atenção. A conversa era sincopada, algum bafo de vento quente ainda se fazia sentir.

- hoje fez um dia de calor, disse eu àquele duende da noite para dar continuidade ao ritual de agradecimento.

Quando bebia o ultimo golo de água pela garrafa, ouvi:

- Olhe, já dormi dentro duma câmara frigorífica a trinta e três graus negativos!

- Òh homem, como é isso possível ? perguntei espantado.

- Com um fato térmico, trabalhava nos armazéns.

-E porque dormiu você dentro da câmara?

- P´ra não trabalhar, respondeu imperturbavelmente.

Quando entrei no carro eram duas e tal da manhã, com uma sensação de que o Pat tocava música para o chá-das-cinco.

domingo, julho 29, 2007

O meu amigo Custódio 1


O Custódio


O Custódio é um amigo
que me visita todos os dias.
Trás, normalmente , a sua
correspondência, e leva a dele.
Da sua correspondência, escrita
com determinação, guardo alguns
exemplares que irei dar a conhecer.

Se a maioria dos portugueses tivesse pela escrita o mesmo amor,
Portugal daria um grande salto no "choque tecnológico".




Carta 1
frente e verso
envelope

quinta-feira, abril 19, 2007

TRANSUMÂNCIAS "HUMANAS"



DO PAÍS DE ONTEM A COMPINXAS DE HOJE

Russos, Moldavos, Ucranianos,e mais... Campo Santana, Lisboa,
17-04-07 10h da manhâ. Fotografia para o reporter casual,
não para eles; que "eles amanhâ, só Deus sabe onde estarão."
- senhor, uma fotografia, uma fott, aqui, nós!...aqui está; para eles,
não! para a blogosfera, com o sorriso quanto baste, o sol quanto
aqueça e Baco quanto alegre!