Na horizontal da parada
o castelo é monumento
o jumento
vai pela estrada
e o sol é um tormento
Bojuda gorpelha a dentro
sabes lá, o
que lá vai?
o burro vai muito atento
e a senhora não se distrai
Por baixo do
grave castelo
espraiada sobre os costados
andando em paralelo
burro e dona
vão calados
Na paisagem soalheira
andando de mansinho
irá a dona à feira
escondido, vender seu vinho?
Muito ancha ela vai
espraida sobre a gorpelha
é
como torre que sobressai
lá no alto em grés vermelha
Com a lanterna apagada
consultando o mapa a jeito
sobre o estrado da carroça
manja a mula
com efeito
e o homem não vê nada
Acabou-se o liquido petróleo
a
mula está cansada
não há gasolina nem óleo
e a carroça está parada
Faz um calor de rachar
o tendal é coisa boa
é melhor à sombra, e
parar
até qu´a gasolina chegue d´Lisboa
Em Silves, onde vivi
não havia esta paisagem
- mas o Arade estava aí
e a Ponte era passagem
Imagens "roubadas" a Patrícia De Jesus Palma