terça-feira, julho 29, 2014

Anos 10




 Quadro 4
Painel/instalação
   Um homem na paisagem
     Tela, madeira, pintura a óleo
33x27




  
   Quadro 3 
Painel/instalação
   Um homem na paisagem
     Tela, madeira, pintura a óleo
33x27

quinta-feira, julho 24, 2014

Anos 10



   Quadro 2  
Painel/instalação
   Um homem na paisagem
     Tela, madeira, pintura a óleo
33x27


 
 Quadro 1   
Painel/instalação
   Um homem na paisagem
     Tela, madeira, tinta a óleo, pregos

quarta-feira, julho 16, 2014

Anos 10

                                                                     Painel/instalação
                                                               Um homem na paisagem
                                                     Tela, madeira, verga, desenho, pintura, elementos naturais,feltro,ferro,cortiça





domingo, junho 22, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 84

para poemas simples

;só as palavras me acodem
só as manhãs  me acordam;

nota:

será poema suspenso na atmosfera;

à realidade questionável haverá um interrogatório necessário
porque
nos berços da realidade movem-se factos insólitos

a entropia dos desejos
junto às necessidades aglomeradas 
na base das pirâmides

dão asas 
às revoluções das palavras
nos escombros da poesia

todo o Sol nascerá duma esponja.




sábado, junho 14, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 83


para poemas simples


;em comoção me disperso nesse lugar de vozes da terra;


Nota:

para esta poesia
o  poeta  obrigatoriamente tem que ser agricultor

fazer versos com folhas de alface
regar as plantações ao luar fulvo das emoções

entre uma plantação e um desejo
aliviar o futuro sem remorsos

na frescura dos cânticos zimbrados
acolher  as doídas vozes dos pássaros

e, ao correr das fontes migratórias
versejar, versejar, versejar!  




segunda-feira, junho 09, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


 Nº 82

 para poemas complexos:


;na porosidade do tempo construo a memória retalhada;

Nota:
deve ser um poema sobre a memória que habita na água


tópicos;


- véus do corpo sobre a água salgada...

- na inebriante escassez de luz 
  revolteiam borboletas num caixão...

- a azafama da luz
  nos poços da razão...
  - deixam...?

-  dos muros da minha saudade
   soltam-se velozes versos...

- nasce  do poema o tempo
  no sal da minha fantasia...

- cresce em segredo a nua voz
  dos reflexos da calçada...

- deixo que o tempo se desfaça 
  debaixo de palavras de prata...

- todo o lagar de som
  que trago no peito voando
  são alertas que vou deixando
  no solo de algum dom  


quinta-feira, junho 05, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº81

para poemas complexos


;entre o amor e a poesia qual é a divida?;


Nota:

a curiosidade deste poema será a desocultação das proposições:

1 - a poesia é a divida do amor?

2 - o amor é a divida da poesia?

3 - quando o amor nasce,
     ainda que invisível na cal da parede,
     deixará o corpo na incerteza da sua transparência,
     ou, a consciência desta incerteza torna o corpo opaco?

4 - a divida é a exaltação do luar 
     quando a noite purga os devaneios queixosos?

5 - os afectos que as rosas lembram
     cinzelados pelos sopros dos queixumes
     deixam em divida as lembranças amargas?

6 - etc, etc. etc e tal!



segunda-feira, junho 02, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº80


para poemas complexos

; do que o belo nos diz
 é sobre um naufrágio no universo"

Nota:

poema extremoso
cheio de dádivas solenes e umbilicais

um exemplo, talvez em forma de soneto:

no sério estou por quanto no belo também
adejo e encontro das palavras estrelas,
vozes que se perdem em segredos de desdém
por sobre os mastros das grandes velas

os escondidos astros  que à luz se escondem
dentro das oceânicas noites em perfume
impérios brutais - vozes do espaço alem
das flores, sementes e algum estrume

todo o belo é uma grande viagem
sem desertos nas longínquas vistas
que em dias solenes de estiagem

dói, ver pintados sóis em perdidas  revistas
dói, sentir da alegria só a volátil paisagem
dói, o quanto por ser só belo nos contrista 



quinta-feira, maio 29, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 79


para poemas complexos


;se a dimensão do tempo me abraça

porque não ir lentamente em direcção ao real?;

Nota:
não será propriamente um poema
mas uma dissertação sobre o azul:


azul, expandindo-se
entre o olhar e as invioláveis galáxias

azul, no sidéreo que se aproxima
das tempestades

azul, na marginalidade do tempo
azul, no sistema de afluentes  subterrâneos

azul no percurso das correntes
azul, em anorexia sentimental 

azul, rutilante sulfato de cobre
azul, corroído pela lentidão 

azul, banal 
azul, balançando 
azul, infiltrado no adormecido

azul, empobrecido na lavoura dos prémios

mas, sobretudo

- o AZUL liquido
 derramado pelas ampulhetas 





domingo, maio 25, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 78


Para poemas complexos


; as lágrimas da minha pele soletram os nomes do teu corpo;


Nota:

 poema de pouca fantasia.


da palavra, amor, deve-se esperar que
derramada sobre as linhas do caminho de ferro
suporte o peso de todos os comboios sentimentais

todos os lugares enunciados
terão a emancipação do corpo
como bandeira

e se por ventura 
houver cânticos das raizes 

nas montanhas 

os sulcos da amizade
deixarão um rasto de cetim
sobre as penedias

não haverá no poema nomes
sem segredos habitados

dos olhos dos oceanos
nascerão as rugas da plenitude
e, com o corpo entre as mãos 
as lágrimas subirão aos ramos

não há certezas de que 
do sal da pele não nasçam pássaros 


segunda-feira, maio 12, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas

Nº 77


 para poemas complexos



;não há manhãs inteiras sem um fogo no coração;


 Nota:


todo o poeta é um sábio
- mas, este título de poema  só
terá força emergente quando a solicitude
abranger o anonimato;


Desencontros que podem
acontecer no interior do texto:

- arranhar a garganta
se as palavras forem muito doces,
                      
                          expl´s:
                                     o papa acariciou, gordorosamente, a criancinha
                                     a virtude está em ter asas
                                     adoçar o mel é despir-se de preconceitos

por  o concreto reagir virulentamente com o abstracto


- o poema adornar,

                          exp´s:

                                     tico ticar no tico tico
                                     troca o troco da  troca troika
                                     troca que troca trocando
                                     deixa o trocado voando

   pelo  uso muito do t ( soa a, "eles comem tudo...")




- fricções com o real,

                           expl´s:

                                       navegar em águas profundas
                                       num mar de sombras ensombrado
                                       trás-me o coração nas penumbras
                                       deste  aquele amor desvelado

                                       oh, que loucura eu tenho

                                       neste indeciso amor,
                                       nele -  todo me avenho,
                                       com calor calor calor

por excesso de temperatura no clima poético



( na ordem concreta do poema
dar-se-á ao esqueleto dum marinheiro
navegando sobre o lume da terra
um sino para anunciar as manhãs )
                                       



sexta-feira, maio 09, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas




Nº 76

para poemas complexos

;quando sinto esta ânsia de literatura anoitada sabe-me a estar comendo alcatrão;


 Nota:

poema cavernoso 
singularmente velho
e cheio de remorsos
poema encalhado nas palavras sem perfume
 

Dicas:

sobre a mesa de cabeceira
os litígios da amargura
ganham um endurecido peso

abraçado ao espelho da noite
despede-se do nu amor, o poeta
com palavras que irão para além
da viva morte

o alcatrão da noite estende-se
sobre as estrelas da emoção

só haverá sol na literatura
depois de a terra bebida pelos
ventos das hipóteses



quarta-feira, maio 07, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 75

para poemas simples


;o romantismo desvirginado da atmosfera presente;


Nota:

poema sobre a acidez do hálito do poeta


DICAS;

andando pelo super
no mercado
procura na/s  prateleira/s  inferior/es
preços baixos

às prateleiras sup/superiores
o pescoço não chega

o braço do poeta escondido
num maço de algodão
subentende o andar do carrinho
com rodas de prazer

o carrinho desliza 
pelo lado  esquerdo da verve

batom peúgas torresmos enlatados
caixas de andorinhas esparguete com olhos
enchem enchem           
enchem enchem

enchem

o açúcar nas asas duma borboleta
na barra de sabão
estalou na sensual embalagem
de  um creme para barrar 

o poeta hálitou 
para a prateleira sup/superior 
um odor a vinagre encheu os ouvidos
do, chefe resmungou:

- lava os dentes moço!... 





segunda-feira, abril 21, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 74

para poemas complexos



;quando choro cai no chão a angústia dos espelhos;


Nota:

só pode ser escrito por um poeta verdadeiro:

que nunca tenha sofrido
um beliscão pela crítica

que nunca tenha usado sapatos à Luís XIV

que nunca tenha escrito a palavra amor
pelo lado do avesso

pode usar versos brancos sobre superfícies vermelhas
as vezes que forem necessárias
ou versos vermelhos sobre superfícies brancas
quanto baste

sobre as angústias o poeta derramará cal
viva




domingo, abril 06, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 73

para poemas complexos


;não tive, mas o que é ter?;


Nota

 pergunta feita pelo poeta
dentro da nave do Mosteiro de Alcobaça
dirigindo-se aos ecos da eternidade


tópicos:

ter é abastança de virtudes
em injunção de esperança

é mor saudade
ter o que não tive 


perder o que era certo
é incendiar desejos no deserto

ter o que se não tem
é ser outro em mim
não o sendo porém 

se ser não é ter
não tendo eu tido
o que poderei eu ter sido
num ser que  não foi sen-tido




segunda-feira, março 31, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 72

para poemas complexos:


;eu o outro e o mundo, a trindade terrestre;


um poema invisual

o poeta ao escrever este poema tem que ter em conta 
a pirataria

o sujeito poético
deve estar escondido
por baixo de nomes agridoces,
dos exps. em limite 

-  a beterraba reverbera
    na luz do olhar
    quando canta a Severa
    fado de mal amar

-  cântaros que ides vazios 
   por baixo dos sóis ardentes
   refrescai os vossos cios
   nas águas não poluentes

-  tudo o que é já foi
    no tempo que há-de vir
    por baixo daquilo que soe
    por cima de todo o porvir
    
  

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas






Nº 71


para poemas simples

; um vendaval cardíaco soçobrou no paraíso;


Nota:

um poema vestido de branco
com palavras vermelhas

as cruzes da "cruz vermelha"
entrarão suavemente no poema
como rotina semiótica

os sinais do coração adoçando 
nas vitrinas ambições em forma de rebuçados 
deixarão espaços abertos aos colapsos das  palavras
quando estas dispostas ao entendimento do secreto
viajarem neutras num paraíso qualquer

os vulcões nos cabelos do poeta ditarão
atmosferas de sangue



quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 70


para poemas  simples


; o sentido da vida está na relação com os outros;



Será um poeta que, por o ser, não sabe andar na rua
pois ele sempre tropeça em alguém quando
escreve poemas
Apontá-lo-ão. Quando sai à rua normalmente é preso.

tópicos:

ando p´rá frente 
ando p´ra trás 
encontro muita gente
sou um bom rapaz
 
dá-me as tuas mãos
dá-me um beijo
empresta-me o teu coração
liberta o meu desejo






domingo, fevereiro 23, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 69


para poemas complexos

;o maior mistério do Nada é ser ainda alguma Coisa;

Nota:

O poeta deve entrar em meditação profunda,
confronta o seu Eu envergonhado
com o Nada vestido de palavras

tópicos:

Nada sou Eu se visto a escuridão da fome
se deixo cair a alegria num oceano

se a palavra amarga
e entra com febre no corpo
os cânticos da ausência
caucionam a pouca lucidez




quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 68

para poemas complexos


; se o mundo fosse um caos
não havia flores;


é um poema para ser esculpido
sobre um incêndio na consciência 

poderá haver rugas no caos da memória
mas da terra não virão remorsos 

as formas do desejo habitarão 
o coração das flores

só a manhã dos lacraus
ajudará o poeta a viver sem armas
e do tempo a ébria amargura reverdescer 

é por engano das palavras
que o caos acontece no poema





segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº67

para poemas simples

;sou um velejador de palavras;


Nota:

poesia sem alicerces 

para poetas com poucas ambições
poéticas, vagamente seduzido

como o vento soprando na monotonia
num largo espaço de escuridão

velejando palavras em sinfonia
no poeta,
um sonho,  em contra mão




quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 66


para poemas complexos

;sossegado coração
entre as pedras do nevoeiro;



Nota:

este poema quer-se com alguma leveza,
todas as palavras devem falar baixinho
deve o poeta cirandar entre o algodão
das palavras

qualquer pedra
que entre no poema
- ainda que por acaso,
ficará suspensa
no olho triste adjacente

ao espaço azul
dum quadro de Miró

no colo do alfabeto
ministros ficam à porta

molduras com ar de passagem
sossegarão pulsações outonais  




quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 65

para poemas simples

;porque os poetas nas suas andanças
tecem as palavras como se fossem tranças;


Nota:

deve ser um poema simplório
para se ler entre as audiências:

andanças deve rimar com finanças
muitas vezes

esperanças com tranças
algumas vezes

multiplicação das contundências
com relatórios das exigências

 tropos da poesia matinal

assinalam justa elegância verbal;
- finura de som na catedral
nas palavras duras e de vegetal



domingo, fevereiro 02, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 64


para poemas complexos


;essa outra coisa que sempre sou!;


Nota:

Um poema residual
construído com artefactos:

um pente soprando nos ouvidos
uma lanterna acesa no umbigo
uma caixa de dominó em forma de cansaço
sob a largura da voz a memória de ontem

à verdade escondida no andar debaixo
o poeta acrescentará os resíduos do futuro

aquilo que o poeta foi será contado em segredo
aquilo que o poeta será será exposto brevemente





  

sexta-feira, janeiro 31, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 63

para poemas complexos


;caminhamos sobre um fogo infinito
se nos querem totalmente abstractos;


Nota:

poema para ser escrito por  Poetas
do Deserto

tópicos:

ventos que eu queria anexados
soprando dos exílios matinais,
aos lugares não indexados
nos mapas dos fogos infernais

areias de alegria infinita 
em horizontes dunares,
nos olhos  a areia grita
ondulações dos duros lugares 

caminhantes sobre um fogo infinito
em desertos  humanos pernoitados
sob o duro peso dos atritos
somos,  mas não seres abstractos




quarta-feira, janeiro 15, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 62


para poemas Simples:

;não há palavras para o silêncio em brasa;


Nota:

aconselha-se o Poeta a escrever este poema
somente no Inverno, pode estar em "pantufas"
junto a uma lareira. Deve todavia acompanhá-lo
um extintor e garrafinha  de medronho.


tópicos:

- as palavras queixam-se do vazio da garganta
têm ciumes das palmas dadas aos teatros da vida

- a figura hábil que transforma o cálice da solidão
em terreno arável queima nas pontas dos dedos

- as serpentes dos olhos ofuscam
as papoilas tangem lágrimas 
a terra arde
pelos regos aljofram palavras







terça-feira, janeiro 07, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas



Nº 61º

para poemas simples:

;na catequese da inocência
desdobram-se bruxas a voar;


é um poema fechado
dentro duma caixa de bombons

"Come chocolates, pequena;
Come chocolates!..."

- é  dedicatória aos náufragos
que escrevem
e aguardam...,deve figurar
na etiqueta

 exorcizar os afectos

ocultos
nas encruzilhadas 

o poema será escrito com 
azeite virgem sobre cendal




segunda-feira, dezembro 23, 2013

Mostruário de Títulos para Poemas

Nº 60


para poemas complexos


;há um eterno amor
nas entrelinhas da voz;


tópicos:

quando a voz se acende
no silêncio do corpo
é posse que se estende
de mim a outro outro

no corpo  abrasada 
pela voz acidulada 
mostro-me para ser 
o que antes não era nada

sou a voz que me oiço
no sentir actualizado
sou ainda um escorço
do que havia pensado

ainda a voz não é finda 
cresce uma fenda rasgada
pela saudade que é vinda
nos crepes da palavra amada



quinta-feira, dezembro 12, 2013

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 59

para poemas complexos


;quanto viver em vão
nos andaimes da luz pendurado;

Nota:

eis um poema que não deve ser escrito;
vão, tanto pode ser do verbo ir,
uma viga ou actuar sem resultados

o poeta não pode solicitar
a ambiguidade do verbo

viver em vão pode ainda resultar
em viver-em-vão-de-escada 

necessário será
que o poeta
retire a escrita ao poema

12.12.13



sexta-feira, dezembro 06, 2013

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 58

para poemas complexos


;as palavras têm o corpo desesperado

se na ambiguidade das cavernas flutuam;

Nota:

gere-se por uma aliança
entre o escaparate  de um  vazio
e o olhar para o silêncio

do sujeito poético

haverá circunstâncias quiméricas
fracturas galopantes
benesses às palavras

adjectivos circunstanciais de modo
adverso

e totens 

o poema
deverá ser um 
um exemplo



quarta-feira, dezembro 04, 2013

Mostruário de Títulos para Poemas




Nº 57


 para poemas complexos


;os poetas cristalizados
não engravidam os nomes;


Nota:

deve ser escrito
com muita ponderação
qualquer  pode sentir susceptibilidades

deve-se começar por
libertar o tempo
dos cristais da memória

semântica narrativa com rabo-de-cavalo 
é para deitar fora

a verdade do poema deve
estar em transição

- entre o significado imaterial
e a matéria do pensamento

todos os versos
devem pairar sobre uma angústia
do verbo amar 


segunda-feira, dezembro 02, 2013

Mostruário de Títulos para Poemas


 Nº 56


para poemas simples

;a poesia é para todos
não é tertúlia com saltos altos;

Nota:

 o poeta

 ao escrever este poema
 não deve rir
 mesmo que o Sol lhe faça cócegas

concentra-se nas palavras alagadas
de suor

 inventa canções para as crianças dormirem

 suprime os alfabetos arcaicos

a linguagem animar-se-á  
dando corda ao texto

a nitidez do olhar nos contornos das soluções encontradas
dará aos vários interlocutores
minúsculas sensações poéticas sem retorno
mas não apagadas
aos olhos de todos


segunda-feira, novembro 25, 2013

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 55

para poemas simples


;há um burburinho atroz na esplanada do silêncio;


tópicos:

um cão
um poeta
uma mulher ferida pela saudade

um adolescente
um alcoólico esbracejando
uma mulher deitada sobre uma mesa

um visionário bocejando 
um clínico com um osso debaixo do sovaco
um comerciante com um cesto de ovos

um pastor 
três ovelhas
um coelho de orelhas espetadas

mais três outros
indistintos na contra luz
e um místico

um adivinho
um futebolista
um praça

cantavam juntos a alegria póstuma das deles juventudes
uníssono andamento martelando no chão,
brilhava no oco espaço
o imperfeito silêncio que havia
nas, de cada vida