Análise do texto poético
por Fernando Martins no blog "Também de Esquerda"
Se, no seu primeiro livro, Página Móvel com Texto Fixo, havia poemas cujo hermetismo (me) desconcertava, em Ouro e Vinho, dir-se-ia que Adão Contreiras convoca o leitor para um diálogo renhido sobre a natureza da poesia. Diálogo tanto mais difícil quanto se porfia em descobrir, na por vezes labiríntica tessitura sintagmática, sentidos que o autor, provavelmente, não fez questão de lá pôr. Na minha démarche interpretativa, vou, por isso, recorrer, uma vez mais, a quem sabe do ofício de poetar, para me abalançar na árdua tarefa de comentar o opúsculo agora dado à estampa pela 4águas editora, na colecção Blokos/Poesia.