Desenho de José Assis em homenagem póstuma
Teus riscos tua mão
A comoção serenou.
De ti, o que digo,
Teu risco
Teu traço
Teu ver de dois
corpos sem fim…
A comoção voltou.
De ti, o que digo,
Teu imperativo silêncio de agora
Teu lusco-fusco entre
o claro e o escuro
Teu anel de antiga rotina
Teu verbo de riscar aceso
Tua luz que se apagou…
Da comoção prostrada
De ti, o que digo,
Teu claro ser de riscar
Teu sentir preciso no tacto
De dois corpos pulsando
Nessa unidade que morre devagar.
A comoção sossegou.
De ti, o que digo,
De um lápis que tiveste na mão
Riscando pelos atalhos
De um dia claro e sonoro
Teu rosto de
sobressaltos
Teus azuis de mares rasgados
Pelos corpos desamparados
Que em teus dedos sorriram
A comoção voltou