Os objectos retinem nos sentimentos mas os bisturis não integram aventuras sentimentais, por isso, pairava sobre os olhares silentes uma alquimia de aventura desaventurada e ligeiramente oca. Tentei perceber onde habitava o meu entendimento, não chegando a tempo, este havia fugido, e aquele regressara naturalmente ao seu estado de descodificação sem mérito. As palavras estavam perdidas na sua própria ausência, ficaram escondidas numa inoperância bucólica; pesando tudo isto mais que as pirâmides de antigos Faraós, bastaria um leve sorriso, se o houvesse, para que tudo levitasse sem sobressaltos.
Estou sentado e escrevo. Teclo, na ponta dos dedos procuro, num olhar invertido, uma animação dentro dum coeficiente de incertezas, e, fora, olhando lateralmente leio:
- um pé descalço pela saudade adentro - está ali num papel “pintado”. - pelo lado invisual dos dedos
registo o que leio, um pé descalço e, retiro, saudade adentro; esta pertenceria por direito próprio àquele
livro com os ecos da melancolia
despontando sobre os ribeiros, o Menina e Moça
Na folha de papel, sobre ela, num
querido olhar, continuo lendo, - O outro
lado do longe, - essa incerta bravura que nos circunscreve deixando vestígios
na pele – um ciclo brevíssimo ao olhar,
- digo, naturalmente alheio, sugado pelo vácuo das probabilidades.