terça-feira, agosto 02, 2016

os corredores habitados




Ao pulsar dos ânimos, os sinais deixam rastos; - multiplicavam-se desaforos: - um copo despejado na algibeira – “para levar para casa” – coscuvilhar entre o vozeiro saindo das filas do/as espectadoras/es, sentados/as nos bancos corridos, de pau, - mais elas, eles pendurados ao balcão, - por onde a realidade enervada passava de um olhar para outro; - planando sobre as cabeças dos transeuntes, horóscopos apontavam angústias futuras, as brancas fachadas zurziam chicotadas pelas frestas da noite, - os passos dados criavam vertigens em direcção às fontes da sedução – e os cânticos guerreiros abriam canais - ao encontro de todos os encontros; - questionemos os embaraços que se soltam dos emblemas da vida, os sinais da,

 -alegria mínima:

Ir a teu lado no alado canto
ouvir o teu silêncio no embebido vento
dar as mãos nos recitais dos silenciosos dedos
continuarmos separados nos passeios em redor das mãos

Ir a teu lado no alado canto ouvir o teu silêncio no embebido vento dar as mãos nas récitas dos silenciosos dedos e continuarmos separados nos passeios em redor das mãos


 no alado canto ouvir o teu silêncio no embebido vento ir a teu lado nos recitais dos silenciosos dedos dar as mãos nos passeios em redor das mãos  irmos separados


Cânticos em profusão como sentinelas dos sentidos saudando a já saudade dos desencontros; baixelas de porcelana ataviando os murmúrios dos peitos desfraldados – domingos pintados a cor-de-rosa nas fachadas de luz – os carrosséis brilhavam nas avenidas do sangue; digo, aqui pegado ao cadeirão em translúcida vocação de mastro e vela; - viajar na atmosfera das súplicas, dos espasmos e das entorses musculares, – o afago das primaveras cirandava os nervos, - a viagem cindida entre o virtual de agora e o ontem alucinado.