domingo, outubro 23, 2016

os corredores habitados




Relevos dos acontecimentos prostrados na memória como forças renovadoras da emoção, textos duma narrativa subterrânea à pele, soltam-se a miúdo dos corredores da interioridade, projectando num tempo vivo contornos duma eloquência de signos e significados, deixas cristalizadas nos membros por uma certa volúpia encontros com dias tão longínquos cuja atmosfera se realiza num cinzento baço pinturas de neblina num horizonte esvaecido imagens apitando nos sentimentos como se estes, adormecidos pelas cataratas da percepção volvessem da obscuridade para um campo de chuva e relva  a infância retribuindo em avatares a emoção do presente com desnudadas membranas soletrando sob as asas das palavras  a seda dos primórdios renasce para uns olhos galgando as atmosferas da paixão