GAZETA DE POESIA INÉDITA
23
Jun18
ADÃO CONTREIRAS - NO GRAVE SOCALCO
No grave socalco
embandeiram as nobres flores
entre o ser e o seu nó côncavo
o amarelo limão oscila
adormecido na tristeza oca
embutido de raízes
velhas âncoras
o sólido degrau cai
as pequenas hastes velejam
cântico balançado
loucura gracejando ao vento
de nervosa angústia de água
calculo a verdade do tempo limão
que me leva da raiz à flor
na aziaga nudez do fortuito amarelo
brinda a culminância das núpcias
o dorso da inquieta penetração da luz
o lume, o incêndio moço da vegetação
debruando a orla das muitas pegadas