quarta-feira, janeiro 03, 2018

Poesia


GAZETA DE POESIA INÉDITA



23
Jun18

ADÃO CONTREIRAS - NO GRAVE SOCALCO

 No grave socalco

embandeiram  as nobres flores
entre o ser e o seu nó côncavo
o amarelo limão oscila

adormecido na tristeza oca
embutido de raízes
velhas âncoras
o sólido degrau  cai

as pequenas hastes velejam
cântico balançado
loucura gracejando ao vento
de nervosa angústia de água

calculo a verdade do tempo limão
que me leva da raiz à flor
na aziaga nudez do fortuito amarelo 

brinda a culminância das núpcias
o dorso da inquieta penetração da luz
o lume, o incêndio moço da vegetação
debruando  a orla das muitas pegadas