ADÃO CONTREIRAS - AS PALAVRAS VÊM DEPOIS
Teu corpo
Uma luz que reverdece
matéria e cansaço
Uma aranha de dúvidas
animal reverberando no azul
Doença com alegria e chuva
espaço dilatado
Uma coisa assim, o corpo
ninho incolor
Fibra ruinosa e quente
lençol doído de véspera
Uma coisa assim, dedo
Que aponta
lua de mel e gripe
Cantar o corpo
O cinzento amolecido das manhãs
dor perfeita com voz
Lençol amachucado sem flagelos
dilúvio singelo de sons
Teclas do amanhecer
vigília sonora
As palavras vêm depois
e acende, uma coisa assim