sexta-feira, novembro 19, 2021

A eternidade é um instante




  anos 60 - os hippies dos Gorjões

 Grupo de amigos Fotos Anos 60

autor fotos -?

 

 

Mote

 

Nossas flores daqueles longes anos

Não sendo as apps dos dias de hoje

Têm entanto encantos tamanhos

Que apps não há que as despoje

 

 

                   I

No lençol dos anos de oiro

Nas estradas que vão ao relento

Há folhagem como tesoiros

E desejos levados p´los ventos

                 II

Dança dança meu coração dança

Quebra todos teus pesadelos

Esvoaça nas asas duma trança

Encontra de novo teus anelos

                III

Vai vai andorinha ao vento

No solo de um abraço firme

Deixa em meu peito teu alento

Onde meu coração se redime

                IV

Foi lá que eu sempre estive

É lá que eu ainda estou

É de lá que venho em declive

É p´ra lá qu´a andorinha m´levou

                 V

Oh meu coração pungente

Que à sombra traz a luz

Deixa meu coração contente

Quanto à sombra a luz pus

                VI

Há sombras que vêem do passado

Luzes que descem dos mastros

Bailes onde se dança calado

Amores que sobem aos astros

                VII

Dança dança coração alado

Teu viver neste rio lembrado

Deixa teu suave e loiro brado

Nas vozes deste tempo quebrado

                 VIII

Na sombra de todo o silêncio

Quando ao ar deito meus amores

Há um desejo de grande incêndio

Bailando nas ondas de todos´s temores

                    IX

Há rúbeos navios de espuma no ar

Nas estrelas um passado candente

Nas estrelas por onde vou a navegar

Há indícios de qualquer voz ausente


                   X

Oh estradas da raiz dos sonhos

Tua fala traz-me ao colo

Dos dias de olhos risonhos

Nos vales em que me atolo

                  XI

Canta meu lugar de nada

Abraça minha dança de tudo

Grita grita minha voz calada

Nas ondas das estradas de veludo

                  XII

Ah lágrimas que caiem das estrelas

Teu silêncio de perlas no chão

Onde posso morrer ao vê-las

Se rindo de mim e bailando estão

                  XIII

Apaga-te calmo fósforo de chama doída

Nos verdes pastos dos ventos desertos

- Sobrando os rastos da noite possuída -

- Tremendo teu canto nos rumos incertos –

                   XIV

A luz que sobra do chão

Nas danças dos teus cabelos de sombra

Sobe ao muro da ilusão

Porquanto ao chão esta tomba

                   XV

Ah coração desgraçado

Que te entreténs em verdes cantos

Abre os olhos de todos os passados

De encontro aos nossos encontros

                    XVI

Não há verdade que se apague

Na aura dum raio de luz

Nem coração que coração afague

Quando em saudade o coração fulge