Grupo de amigos Fotos Anos 60
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Mote
Nossas flores daqueles longes anos
Não sendo as apps dos dias de hoje
Têm entanto encantos tamanhos
Que apps não há que as despoje
I
No lençol dos anos de oiro
Nas estradas que vão ao relento
Há folhagem como tesoiros
E desejos levados p´los ventos
II
Dança dança meu coração dança
Quebra todos teus pesadelos
Esvoaça nas asas duma trança
Encontra de novo teus anelos
III
Vai vai andorinha ao vento
No solo de um abraço firme
Deixa em meu peito teu alento
Onde meu coração se redime
IV
Foi lá que eu sempre estive
É lá que eu ainda estou
É de lá que venho em declive
É p´ra lá qu´a andorinha m´levou
V
Oh meu coração pungente
Que à sombra traz a luz
Deixa meu coração contente
Quanto à sombra a luz pus
VI
Há sombras que vêem do passado
Luzes que descem dos mastros
Bailes onde se dança calado
Amores que sobem aos astros
VII
Dança dança coração alado
Teu viver neste rio lembrado
Deixa teu suave e loiro brado
Nas vozes deste tempo quebrado
VIII
Na sombra de todo o silêncio
Quando ao ar deito meus amores
Há um desejo de grande incêndio
Bailando nas ondas de todos´s temores
IX
Há rúbeos navios de espuma no ar
Nas estrelas um passado candente
Nas estrelas por onde vou a navegar
Há indícios de qualquer voz ausente
X
Oh estradas da raiz dos sonhos
Tua fala traz-me ao colo
Dos dias de olhos risonhos
Nos vales em que me atolo
XI
Canta meu lugar de nada
Abraça minha dança de tudo
Grita grita minha voz calada
Nas ondas das estradas de veludo
XII
Ah lágrimas que caiem das estrelas
Teu silêncio de perlas no chão
Onde posso morrer ao vê-las
Se rindo de mim e bailando estão
XIII
Apaga-te calmo fósforo de chama doída
Nos verdes pastos dos ventos desertos
- Sobrando os rastos da noite possuída -
- Tremendo teu canto nos rumos incertos –
XIV
A luz que sobra do chão
Nas danças dos teus cabelos de sombra
Sobe ao muro da ilusão
Porquanto ao chão esta tomba
XV
Ah coração desgraçado
Que te entreténs em verdes cantos
Abre os olhos de todos os passados
De encontro aos nossos encontros
XVI
Não há verdade que se apague
Na aura dum raio de luz
Nem coração que coração afague
Quando em saudade o coração fulge