As mãos na caixa - Estudos para ilustração
Desenho a grafite sobre papel 21x14- 2018
Preciso é de densa humanidade
Não deuses nem de nobres mitos
Poesia alta em justa profundidade
Bordando o calendário dos nossos gritos
Perdido no sótão das vaidades
Azulejos de vidro transparente
Passam dias de ferozes novidades
- Espelho no arco-íris
da serpente -
Vozes de chinelo debaixo dos tectos
Cuspindo belas angustias de morno calor
Perdendo na orla do horizonte os afectos
Do entre nossos corpos a nudez da dor –
Nos off-shores de doces cantos
Com caudas de silêncio brilhando
Vão-se arrastando os nossos tormentos
Nos óbitos dos espelhos bailando
Ó baile de sensações domingueiras
Vivendo na acidez dos embustes…
- Lembra-te dos figos e das figueiras
Na voz das árvores e dos arbustos
Nas mãos das flores em botão
Cuspidas da escuridão dos monstros
Há flores de oceanos em gestação
Em rostos pairando nossos encontros