domingo, dezembro 15, 2019

A eternidade é um instante

                                              A eternidade é um instante IV        
                 


Já lá vem a Barca Bela

Sobre as ondas do mar…

Já lá vai sobre a pinguela

Afoita donzela a passar



Já lá vai mui equilibrada

Em jeito de andar seguro…

Mas na ribeira sem água dada

Ao olhar – chora seco todo o futuro





   A eternidade é um instante III 

 


                  Ao olhar p´ro horizonte
                 Em terra de navegadores
                 É como o correr da água das fontes
                 Onde nascem todos os amores 


Fotos surripiadas  a Patrícia de Jesus Palma 


A eternidade é um instante

                                                      A eternidade é um instante II

 

                                                           Fazer anos é viajar no tempo
                                                           Em ondas de vai e vem
                                                           Viajar em contentamento
                                                           É o melhor que a vida tem

Foto surripiada a Lénia Guerreiro


 


quinta-feira, setembro 19, 2019

Outro mundo é possível

Outro mundo é possível - IX 

 Foto de Thomas Erfurt



Quero mil gostos aqui!

- Fui mãe muito dedicada –

Fui, é certo abandonada

Mas com astúcia sobrevivi



Não foi o pan que me acudiu

Foram  bolcheviques  é verdade

O Wenceslau que já – partiu

E o Adão em continuidade



Muitos amigos o cheiro me dita

O olfacto, amigas outro tanto

- A vida não me contrista -

Mas o tempo não passa lento



Estou grata aos que me afagaram

Tenho-os no meu olfacto seu cheiro

Estou contente –  de mim falaram…

Estou folgando - ò companheiro!




quarta-feira, agosto 28, 2019

Outro mundo é possível


Outro mundo é possível - VIII 



Do que vem da Terra em pranto
Seja árvore ou duro calhau
Trás no fulgor do seu elemento
Todo o sentido que essa nos deu

Se a Terra fosse um sentimento
E a dor não fosse de pau
Todo o nosso contentamento 
Tinha a forma desse calhau 

Arde tudo neste Mundo
Arde o Pulmão da Terra
Arde o sentimento profundo
Arde este Mundo em Guerra

Um coração no peito
Outro coração na mão
- Qual deles mais a jeito
De resistir à destruição?  

foto "roubada" à Patrícia De jesus Palma

sexta-feira, agosto 09, 2019

A eternidade é um instante

                                     A eternidade é um instante I 



Na horizontal da parada
o castelo é monumento
o jumento vai pela estrada
e o sol é um tormento

Bojuda gorpelha a dentro
sabes lá, o que lá vai?
o burro vai muito atento
e a senhora não se distrai

Por baixo do grave castelo
espraiada sobre os costados
andando em paralelo
burro e dona vão calados

Na paisagem soalheira
andando de mansinho
irá a dona à feira
escondido, vender seu vinho?

Muito ancha ela vai
espraida sobre a gorpelha
é como torre que sobressai
lá no alto em grés vermelha   




Com a lanterna apagada
consultando o mapa a jeito
sobre o estrado da carroça 
manja a mula com efeito
e o homem não vê nada

Acabou-se o liquido petróleo
a mula está cansada
não há gasolina nem óleo 
e a carroça está parada

Faz um calor de rachar
o tendal é coisa boa
é melhor à sombra, e parar
até qu´a gasolina chegue d´Lisboa



Em Silves, onde vivi
não havia esta paisagem
- mas o Arade estava aí
e a Ponte era passagem


Imagens "roubadas" a Patrícia De Jesus Palma

quarta-feira, junho 19, 2019

Outro mundo é possível


Outro mundo é possível - VII


 Cantiga d´amigo

Ai eu, como adoro as ninfas e borboletas
Como gosto das noites de luar, ai ais…
Elevar-me com os ais, ais, daquelas Julietas
Perder-me nos ais cristalinos dos cristais

Ai eu etéreo nos poemas de solidão
Sem constipações nem dores de dentes
É como fino ajaezar ao verde limão
Poemas de amor - sem alfinetes

Oh doce amigo
Que ides ver tão longe deste olhar?
Aqui! - Quero contigo
Que nossos olhos fiquem eternos a brilhar

 Foto de Thomas Erfurt



segunda-feira, junho 17, 2019

Desenho e escrita



Duas Escritas no Papel - III

deixo os eixos
das minhas vitórias
nos caminhos da solidão

estremeço
quando o solo é aurora

 grudo a imensa voz
ao lençol herbáceo 

finco os pés 
lavados com uvas do deserto
e respiro fundo na eternidade que me cobre