quarta-feira, setembro 30, 2015
os corredores habitados
Preciso desaguar na rua
Na sonoridade do lume da calçada
teu suor corre pelas avenidas
Ver-te assim escondido
numa ânsia desastrosa
é coisa que tem percorrido
o espinho do caule da rosa
Na sonoridade do lume da calçada
ou no caminho lavrado pelas águas
não há morte que mate as mágoas
esgota-te o mercado no fazer
um osso sem terra fértil
cansa-me o isto te dizer
ver-te morto numa gaiola aberta
preciso desaguar nas ruas
sem ver-te assim escondido
abrir-me ao espanto original
nessa ânsia desejosa
fechar o sorriso num ângulo raso
é coisa que tem percorrido
aos ombros da nossa cólera
o espinho do caule da rosa
Preciso de desaguar na rua