segunda-feira, março 02, 2015

O algoritmo da palavra


XII

as tiranias da carne
vestem-se de palavras doces:

sacrifícios para o alem
amor eterno
musica no coração

despeço-me dos lençóis em que te vi
onde juntei algemas ao teu olhar,
mostram peles sedosas
os vestidos azuis da solidão

sabe a canela 
a saliva dos teus beijos,
longe de mim ou de ti
não há eternidade que se veja

Ó bládi.... ó bládá....

crepúsculos de ferro
levam criancinhas aos céus

ó  bládá...ó bládí

obscurantismos vinculadores 
soterram as luzes engalanadas

com a banha de porco
untam-se notas de mil euros

(saibamos que o javali
não é mineral)

chorei lágrimas sem fim
quando perdi a virgindade

ó bládi....ó bládá.... da palavra