Estou sentado e vou escrevendo
- nesta saudade de me vestir de luz dobrando as esquinas dos esconsos labirintos onde os poros dos poemas
se perdem nas máquinas sem memória. O caderno aqui ao lado empresta-me esta
ideia: - uma ferida no aquário do medo
- a desmemoriada máquina centrifugando pesadas saudades no interior dos corpo deprimido – projectado nas falésias da vertigem - também aqui encontro, nestes apontamentos, mesmo rente ao meu braço, no
caderno.
Nada, é outra maneira de dizer,
tudo
- retido na mente este amplexo como uma ironia
certificada pela palavra, retiro-me; o prisioneiro do lastro da realidade consome-se pelos corredores de
qualquer Megatério onde se incubam dores
em ligaduras, os sentimentos são sugados pelas narinas dos tubos até aos
suspensos frascos dos plasmas,
ossos, vaidade, espelho sem
cristais
num juízo de carne abandonada
é o que resta dos campos vegetais
nas horas adormecidas, pela
calada.
quadra
rascunhada numa folha A4, sobre ela relevando. Repito e respiro-a,
cinzentamente.