Recito-me: a memória
é um pesado contratempo rodando sobre o eixo da saudade; e alongo-me em
interrogações; que posso eu fazer para construir membros aos corpos inanimados,
obstar aos sulcos deixados pelos desgostos, desviar os regatos do desespero,
abeirar-me das âncoras do inaudito? A voz que me sacode paira inerte sobre as
lágrimas. Pode haver melancolia sobre as nuvens da alegria e daí convergir
aquela, em rodopio, para o pôr-do-sol nas traseiras da casa agarrada à muleta
do eterno. Esta a ficção, pelo teclado percorrendo o dedo, o braço bocejando,
aponto o aqui editado, sem convicção. Esboroam-se
os nervos num tempo sem cura.
Rosas
de medo percorrem os corações dos doentes – qualquer
pitonisa, mesmo sem entronizado diploma, acrescentaria essa parcela de destino
aos indivíduos, rosas de medo – e, destino! preso à cadeira escrevo-o na irrisão de si como um fecho-ecler
desengonçado. Amálgama de incertezas onde os membros apodrecem aos poucos - uma circum-navegação de receios e fantasias,
talvez ébrio fumo envolvendo os olhos dos pacientes na sala de esperas, cavaqueiras
sentimentalmente mortas.
Soletro
noutra página:
Entre
as flores lilases da amizade
Reina
um supremo bem
Estar
para além da factualidade
Não
violar o mundo em desdém