as
caixas de ressonância emergem em socalcos e os silvos da paixão sacodem os
mostruários descoloridos para os cantos da casa , amostras dos futuros andam nas asas das andorinhas; cortejando o
absoluto enterram-se os olhos na escuridão, o
abandono é uma imersão numa caveira de sonho; - a grande janela do ateliê,
porta envidraçada, deixa os olhos penetrarem a imensidão, o céu azul celeste
vivificado pela adrenalina luminosa engasta-se na fantasia da paisagem, dá-lhe
um fulgor de lâminas, quase a corrompe, com os dardos da luz atirados de
encontro às pequenas folhas verdes trementes das amendoeiras, ou ainda as
versáteis manchas de nuvens pairando numa calma leveza de soberana presença; ressonâncias engalanadas batendo nos olhos
até ao infinito deslocamento da mente, cornucópia de sons e alabastros,
luzernas abrindo caminho com o triciclo, aquele que sobrevive na amargura da infância,
sobre os trilhos brilhantes que nos afagam